Posts Tagged ‘orçamento’

Sobrevivendo (e vivendo) com o orçamento lá embaixo

maio 26, 2012

Como escrevi no primeiro post. O dinheiro é pouco. Então malabarismos precisam ser feitos, vontades precisam dar e passar. Tudo isso para não terminar a viagem desesperada porque a grana acabou. Para vocês terem uma ideia, a média de grana que posso gastar são 12 doláres canadenses por dia. Seriam mais ou menos 24 reais por dia, o que na verdade é até mais do que eu posso (e costumo gastar) no Brasil. A diferença é que aqui as tentações são maiores e no Brasil se eu fico presa em casa não acho que estou perdendo a oportunidade da vida. Fora quando tem show de alguém que eu gosto muito (beijos Los Hermanos, Duran Duran, Faith No More, Roxette…)

Como cheguei a esse imenso valor? Simples. Saí do Brasil com o exato valor em doláres depositados na conta do meu Visa Travel Money (que realmente é uma mão na roda para viagens. Até agora nenhum estabelecimento recusou meu cartão). Logo nos primeiros dias saquei dinheiro para os gastos com passagem e internet. Cada saque custa $2,00 por isso saco uma quantia grande pra evitar pagar taxas. E comprei logo os objetos de maior valor: laptop, câmera digital e ipod. Um gasto que não contava era o material didático. Fui informada errôneamente que estaria incluído no pacote mas não era o caso. Portanto serão pelo menos uns 100 doláres a menos no caso de continuar passando nas provas. A cada duas semanas eu mudo de nível e isso significam novos livros. Minha sorte é que a escola tem uma esquema bem bacana de comprar – por um preço menor obviamente – os livros de volta, caso eles estejam em bom estado. Com isso o segundo livro que sairia por quase 50 doláres canadenses me custou 15 doláres.

Outra coisa com a qual tive sorte foi a Homestay. Meu pacote incluia 3 refeições diárias mas estou numa casa onde a família não entende porque algumas pessoas regulam comida dos estudantes e/ou fazem uma comida diferente e/ou de menor qualidade. O lema da casa é: pode comer o que quiser, a hora que sentir fome. Isso está sendo de uma economia muito boa para mim pois só como na rua em ocasiões especiais, geralmente quando acredito que demorarei para chegar em casa (ou no caso de sexta que acordei tarde e não consegui aprontar meu lanche). Mesmo assim, eu sempre procuro os lugares mais baratos para comer.

Com essas pequenas economias posso me dar ao luxo de ir ao shopping e comprar algumas coisas para mim. Basicamente roupas e produtos para os cabelos. Precisei comprar uns cremes para corpo e rosto porque minha pele aqui tá mais seca que o sertão. Estou sendo obrigada a passar creme no rosto para dormir. Coisa que não faço nunca. Hoje rolou até um leve sangramento no nariz. Sorte que Neosoro veio comigo mas não posso esquecer de colocar com uma certa regularidade.

Toronto é uma cidade cara. Não é absurda mas é cara. Bem estilo Niterói/Rio de Janeiro. Recomendação maior aqui é aproveitar as promoções. E uma coisa que estou aprendendo é a não me intimidar com as lojas que eu julgo mais chiques. Tem placa de “sale”, é para entrar e fuxicar bem as araras. As pessoas aqui definitivamente “cagam baldes” para minha cor pelo que pude perceber. Ainda não fui maltratada e/ou olhada torta por nenhum(a) vendedor(a). Coisa bem frequente no meu lindo país abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas isso é assunto pra outro post. Quero só deixar claro que é óbvio que existe racismo em Toronto. O mundo é cagado, não tenho dúvida disso.

Outra coisa a ressaltar. Como meu dinheiro está todo convertido e eu não estou (e nem pretendo) usando cartão de crédito, não preciso ficar convertendo a grana toda hora. A única conta que no momento eu sempre preciso fazer é da taxa de 13% inserida nos preços. O valor que vemos na etiqueta nunca está incluído a taxa (ao contrário do Brasil que sabemos que a taxa está lá mas não sabemos exatamente o que está sendo repassado para o preço). Porém de vez em quando converto o valor para o Real. Explico: vamos dizer que eu vi um vestido bonito por 30 doláres canadenses. Meu primeiro critério é pensar se encontraria algo parecido no Brasil. Se a resposta for positiva eu converto o valor para o Real. Se o valor for algo maior do que eu pagaria pelo vestido se estivesse no Brasil, eu não levo. Já deixei várias coisas para trás.

Finalizando, basicamente eu compro nas lojas de departamentos daqui. As Renners, C&As da vida. No caso H&M e Old Navy, que aqui não tem aqueles preços absurdos igual na loja do Praia Shopping ou do Nova América. Não ligo para roupa de marcas. Vejo a qualidade no tecido, analiso o custo/benefício da coisa. E pronto.